Pérolas, os diamantes do mar, não precisam de introdução. Por centenas de anos, apesar de uma origem humilde, as pérolas têm sido protagonistas da beleza das mais luxuosas joias. Seu encanto é tão carregado de significado e abstrações, que nos perdemos quando precisamos encontrar palavras para descrevê-las.
Brilhantes e hipnóticas, as pérolas surgem da mais improvável das origens: um mecanismo de defesa de moluscos bivalves. No interior desses animais, a natureza trabalha de maneira harmoniosa e transforma irritação em beleza.
As ostras são moluscos bivalves, já que possuem duas conchas. As conchas são formadas por uma substância orgânica e brilhante chamada nácar (carbonato de cálcio), também conhecida como madrepérola. Quando corpos estranhos, como grãos de areia ou parasitas, com potencial ameaça de irritação e dor, invadem o animal, um mecanismo de defesa é acionado. O molusco sela o corpo invasor, cobrindo-o com nácar. À medida que o tempo passa, o molusco deposita camadas nácar ao redor do corpo invasor e uma nova pérola começa a tomar forma. Esse processo é lento e anos, às vezes décadas, passarão até que uma pérola seja formada.
Pérolas naturais possuem as mesmas características, principalmente cor, da ostra-mãe, já que concha e pérola são formadas pelo nácar do mesmo animal. Pérolas podem ser brancas, douradas, creme, cinzas, pretas e até multicoloridas. Os moluscos perolíferos vivem em rios ou mares. Hoje, a grande maioria das pérolas do mercado tem origem em rios e são conhecidas como Pérolas de Água Doce ou Freshwater Pearls. Já as pérolas de água salgada possuem melhor qualidade de nácar, são mais raras e, portanto, mais valiosas: carregam o status de verdadeiras gemas. As pérolas de água salgada que merecem destaque são: South Sea, Tahitian e Akoya.
As pérolas possuem um baixo grau de dureza, entre 2,5 e 4,5 na escala Mohs, embora seja difícil parti-las por serem extremamente compactas. Assim, são um pouco mais frágeis do que a maioria das pedras preciosas, já que estão mais sujeitas ao risco. No entanto, basta um pouco de cuidado para que suas pérolas brilhem por gerações.
Até o desenvolvimento de técnicas de cultivo de ostras perolíferas, por sua beleza e raridade, pérolas eram avaliadas como uma das gemas mais caras. Houve tempos em que eram consideram mais valiosas que diamantes. Com a evolução da metodologia de cultivo, as pérolas se tornaram um pouco mais acessíveis.
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